BEM VINDO

Todos os textos aqui publicados são escritos por mim, baseados em meus trabalhos acadêmicos da vida universitária construida na UNIFESP, no qual eu acho interessante e gostaria de compartilhar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Texto Reflexivo




Ao pensar em socialização primária, me vem na memória a minha infância, as broncas que minha mãe me dava quando eu fazia algo que ela não gostava, as repressões de todos os cantos, “menina de vestido tem de sentar com as pernas fechadas” ou “não pode comer com a mão, é feio “. E agora, depois de descobrir que essas coisas se chamam Socialização Primária, faz mais sentido pra mim o quanto esses comportamentos ficam marcados na nossa vida, de modo que nem uma boa Socialização Secundária seja capaz de apaga-los, pois na altura dos meus 19 anos, já em Socialização Secundária, continuo a ter comigo o mesmo hábito de achar que “menina de vestido tem de sentar com as pernas fechadas” ou “não pode comer com a mão, pois é feio “.
E, disso tudo, a parte mais difícil é conseguir “organizar” esses hábitos quando a Socialização Secundária contesta, o que lá atrás, a Socialização Primária ensinou ser o correto. Por exemplo, ir na missa todos os domingos de manhã, coisa que agora eu não faço mais, e fico me perguntando se é verdade que ao fazer isso eu esteja pecando, virando as costas pra Deus. Embora eu não dê importância, o tempo todo as pessoas me incitam a achar que serei punida por não freqüentar a igreja, por duvidar da existência da divindade sagrada.

É um eterno conflito !

quarta-feira, 30 de março de 2011

Socialização Primária



Esse vídeo "crianças vêem, crianças fazem" ilustra perfeitamente o que é a socialização primária.

domingo, 27 de março de 2011

A História da beleza no Brasil


Esse vídeo foi feito por mim para a aula de Inserção Social.
Tem como tema a história da beleza no Brasil

Positivismo


Esse vídeo foi feito por mim, para a aula de Fundamentos Históricos Teóricos Metodológicos do Serviço Social, com o tema Positivismo no Serviço Social. 

quinta-feira, 24 de março de 2011

O que é SUS




Jairnilson atualmente é professor titular da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: Política de Saúde, Planejamento em Saúde, Reforma Sanitária Brasileira, Sistema Único de Saúde, Recursos Humanos em Saúde, Modelos Assistenciais, Vigilância da Saúde, Analise da Situação de Saúde, Mortalidade Infantil, Violência e Saúde.

Em seu texto, o autor busca expor o significado do SUS no Brasil, em sua criação, implementação, administração e utilização; desde contexto histórico de sua origem até os dias atuais, apontando suas falhas e suas beneficências, suas demandas e suas ações.

O texto me mostra uma visão otimista do SUS, representando-o como uma grande conquista dos brasileiros, e como um sistema de saúde que promete sanar as necessidades da população em termos de saúde e promover a igualdade perante o atendimento, sem distinguir classes sociais, raciais e étnicas. Ainda que otimista, o texto não deixa de apontar as deficiências desse sistema, que deixa muito a desejar em alguns aspectos - Atende, mas demora; tem uma grande demanda de pacientes, mas não tem médico o suficiente; tem remédio grátis, mas não tem pra todo mundo...

Diante dos desafios que o SUS ainda enfrenta, o autor se atenta em apontar a situação de saúde do Brasil para as próximas décadas, de acordo com os parâmetros que se tem hoje. Ele se vale de estudos sobre tendências do sistema de saúde brasileiro que oferecem indicações para as futuras políticas de saúde, expressando o pensamento da população sobre o SUS com o que eles consideram prioridade, o que ainda falta e o que precisa melhorar.

Em suma, implantar um sistema único de saúde num país com dimensões continentais como o Brasil, onde cada Estado agrega valores, cultura e necessidades diferentes não é tarefa fácil. Se os administradores desse Estado negligenciam essa realidade e suas demandas, fica praticamente impossível o sucesso e eficácia desse sistema para promover a universalidade desejada pelo SUS.

O Principe



O homem prudente escolherá sempre o caminho trilhado
pelos grandes vultos, selecionando os mais destacados,
de modo que, mesmo sem atingir sua grandeza, se
beneficiará de qualquer modo com alguns de seus reflexos.

Nicolau Maquiavel

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469. Pertencia a uma família tradicional que não chegava a ser abastada, com pelo menos dois séculos de existência em Florença. A infância e juventude de Maquiavel correspondem ao desabrochar de uma nova era, a Idade Moderna, que soterra as antigas instituições medievais em um vendaval de transformações. Foi espectador e agente do processo de gestação de um novo tipo de Estado, o Estado Moderno Centralizado, que aboliu os particularismos políticos feudais e instalou o Absolutismo Monárquico, cuja forma de governo prevaleceu até o início da Idade Contemporânea.
Com 29 anos Maquiavel exerce seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional. Com a queda de Soverine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. É permitido que se mude para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito Lívio , mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra prima O Príncipe
Enfim, em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então viu-se vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoece e morre em junho.

 
Contexto Histórico

O tempo trás consigo todas as coisas,
indiferentemente : o bem e o mal.

Nicolau Maquiavel

Nicolau Maquiavel viveu entre a metade do século XV e início do século XVI. No período de sua vivência, o mundo era diversificado em termos de governo; alguns paises utilizavam a Monarquia e outros paises utilizavam a República. O poder da Igreja era tamanho e sua influência ia para além de questões morais e culturais, instaurando-se também no campo da Política. O período é de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, repleto de “novidades”, marcado pelas criações de grandes obras de arte, avanços da ciência, invenções tecnológicas, guerras por conquista de território, o Mercantilismo e as grandes navegações. É uma época de efervescência, particularmente rica e conflituosa, o epicentro de grandes crises e, ao mesmo tempo, geradora de grandes soluções.
O espírito crítico do Renascimento atingia a um só tempo os valores feudais, a nobreza e seu estilo de vida, a Igreja e sua concepção de mundo e poder. Maquiavel reflete tudo isso, cada passo de sua obra é balizado pelos padrões do seu tempo. O Estado moderno, centralizado, tendo o governo concentrado nas mãos de um rei com poderes absolutos, constituiu um dos seus fascínios. Desse Estado moderno, Maquiavel foi um dos principais ideólogos.

O Príncipe

 
Quem não prepara os alicerces do poder antes de
alcançá-lo com valor pode fazê-lo depois, embora
isto represente um grande esforço para o
arquiteto, e perigo para o edifício.

Nicolau Maquiavel


O Príncipe foi escrito por Maquiavel em 1513, dedicado à Lorenzo de Medici. Escrito em vinte e seis capítulos com vocabulário simples e explicativo, o livro tem o intuito de estilizar aos governantes, sejam eles príncipes ou não, uma forma eficaz de conduzir seu governo, de modo que o governante consiga se manter no poder e administrar com êxito o seu território. Para tal efeito, Maquiavel aponta os principais aspectos que devem ser levados em consideração pelo governante, desde os vários tipos de Estado e como são constituídos`, explicando inclusive seus prós e contras, à sorte sobre o homem e como resistir-lhe , apontando as conseqüências boas ou não em contar com a sorte.

A riqueza de detalhes, a precisão das informações e o caráter instrutivo faz de O Príncipe um verdadeiro manual da ciência política. Maquiavel utiliza-se de uma metodologia bastante astuta para realizar sua intenção quando, além de dizer o que deve ser feito, ainda explica o porquê da ação e cita exemplos concretos para enriquecer e sustentar ainda mais seu argumento, deixando a impressão de que seus ensinamentos são infalíveis e absolutos para quem os segue.

Diante de todos os temas abordados pelo autor, os que mais incitam são aqueles mais óbvios porém menos impensáveis de ser considerados; por exemplo a questão do exército, presente nos capítulos VI e VII, onde Maquiavel aponta a importância e benefícios de ter um exercito legitimo, e os riscos de se utilizar um exercito “comprado”, e ainda, como conduzir esse exercito em seu beneficio. Também a questão da popularidade que o governante precisa ter para se manter no poder, presentes nos capítulos XV, XVI, XVII, XVIII e XIX , indagando a crueldade e a clemência por parte do governante perante seu povo, bem como as razões pelas quais os príncipes são amados ou odiados, e ainda a eficácia de os sê-lo.

Frente à todas as lições de Maquiavel ao Príncipe, fica passível de entendimento para também o povo, a possibilidade de detectar um bom ou um mau governante, já que ele nos propicia uma perspectiva de observar principalmente, as fragilidades de um governo, e as qualidades de um governante. De tudo isso, o que mais chama atenção é constatar que uma coisa escrita e vivida há tantos anos, ainda é valida para a atualidade, inclusive ícones políticos da nossa história afirmam ter usado alguns ensinamentos de Maquiavel, como por exemplo o Fernando Henrique Cardoso.

Em suma, O Príncipe nos deixa a lição de como agir da melhor forma em determinadas circunstâncias e até que ponto aquilo é válido para nós, de modo que consigamos nos tornar grandiosos frente nossos atos e subsidiar nosso governo. Ler O Príncipe não fica somente para contribuições intelectuais no âmbito acadêmico; fica para o âmbito da vida como um todo, sobretudo no âmbito da vida profissional.

As narrativas em medicina




O artigo “As narrativas em medicina: contribuições à pratica clínica e ao ensino médico” escrito em 2005 pela pediatra Eloísa Grossman e pela Profª Drª Maria Helena Cabral de Almeida Cardoso , tem como objetivo discutir o papel da narrativa em medicina, apresentando as formas de discussão mais comumente encontradas sobre o tema, partindo de fontes bibliográficas cujo objeto é a formação medica no novo milênio.
Dividido em três partes, o artigo apresenta em nove páginas com uma linguagem acessível , uma classificação das narrativas médicas, inter-relações entre Medicina e Literatura, e posições atuais dos especialistas no que tange o papel da narrativa na ética médica; tudo isso apontando como uma epistemologia narrativa sempre esteve contida no ensino e na prática médica.

Segundo o artigo, o campo da literatura e medicina foi introduzido nas escolas médicas americanas em 1972; essa iniciativa foi fruto da ampla reflexão sobre como enfrentar o desafio da educação médica de integrar excelência técnica e traços humanistas. Medicina e narrativa caminham juntas visto que múltiplas possibilidades narrativas são geradas pela doença: o adoecimento por ele mesmo, inscrito nos corpos; a descrição autobiográfica dos pacientes; a transformação dos relatos destes pelos médicos e o próprio curso da doença, expondo relações entre linguagem, soma, individuo e tempo. A ênfase nas narrativas em medicina parece ser um caminho profícuo para aproximar o medico do mundo do paciente, a ajuda-lo a entender o que a doença representa para cada individuo em particular.

A agradável leitura do artigo nos transparece uma pratica de sensibilidade da comunidade médica para com os pacientes. Fica claro os benefícios que a narrativa acrescenta à formação em medicina; transformando o olhar do médico sob o paciente, visando eliminar aquele caráter tecnicista que impõe uma grande distancia entre medico e paciente no processo saúde-doença que muitas vezes atrapalha essa relação e até mesmo o processo de cura.